Se você vier comigo aí nós vamos adiante.

Dia 11 de setembro de 2015
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Sobre Textos
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A palavra mais difícil da língua portuguesa a se explicar para um estrangeiro é Saudade. Porque a Saudade é uma sensação que não possui definição em outras línguas. De acordo com o Dicionário, Saudade é ¹recordar de maneira grata, algo ou alguém, ²pesar/dor causado pela privação de algo ou alguém. Acho uma palavra muito bonita. Principalmente porque existem tantos tipos de Saudade.

Saudades da comida da sua avó: o tipo de saudades que a gente lembra, sorri, e quer de novo. Saudades do Ensino Médio: o tipo que você lembra, sorri e não quer de novo porque a vida atual é bem melhor. Saudades de uma amiga que não vemos há muito tempo: a gente lembra, sorri e segue a vida porque sabe que onde ela estiver, está bem, e realizando os sonhos dela.

E eu tenho sentido muita Saudades suas. Pra começar eu sinto muita falta de quem eu sou ao seu lado. Já tive algumas crises de personalidade ao longo da vida, mas definitivamente a melhor pessoa que eu já fui, é quem eu sou com você. Você me lembra que eu posso, e que se eu tiver medo, você me ajuda, isso faz toda a diferença pra mim. E às vezes quando você não está por perto, eu deixo de acreditar um pouquinho.

Deu uma Saudade do seu cheiro de banho também. Não é o cheiro do sabonete, e também não é o cheiro do desodorante porque não deu tempo de passar ainda. É o seu cheiro, da sua pele, que quando você chega no quarto com a pele toda morena e bronzeada cheia daquelas gotículas de água, emana o ambiente e faz eu reconhecer que é você mesmo se a luz estiver apagada.

Eu sinto Saudades de entrar no seu quarto e ver você ali na cadeira azul jogando vídeo-game, ou deitado na cama com as mãos atrás da cabeça e os braços se destacando. É uma coisa tão típica sua que não ter essa imagem mais meio que deixou um vazio.

Tudo que você levou quando foi embora, deixou um vazio.

E eu sei que você também sente o mesmo por mim. Sente Saudades da minha comida, que eu amo fazer pra você. Saudades das minhas risadas que só você consegue me arrancar. Saudades de me ver deitada de bruços lendo um livro e vir beijar minhas costas e ombros, e morder minha bunda. Saudades dos cinemas, das séries, dos jogos de zumbi, dos abraços, das conchinhas, dos olhares, das piadas, das canções, dos rascunhos.

Existe uma distância entre nós, que poderia facilmente ser interrompida, e cada quilômetro que se abriu nesse vão entre você e eu, está totalmente preenchido por Saudades. E não é nada da minha cabeça, eu conheço tudo sobre o amor, foi você quem me ensinou. E quando você me disser que a gente pode finalmente esquecer o que passou e seguir, prometo encurtar toda essa distância com um beijo, e ser novamente tudo que a gente era, agora tão mais crescidos, maduros e experientes. Com todas as marcas que o passado deixou, mas olhando, sem nunca desviar, desse futuro quentinho, cheio de amor, café, leite, piscinas, risadas e mordidas.

Não olhe pra mim e siga. Não se lembre disso, sinta Saudades, e continue. Lembre-se disso, e queira tudo outra vez. E venha, e tenha, e volte. Dê-me a mão que a Saudades acaba. Basta seguir separados que a Saudade assenta. Mas se formos juntos, só sinto aconchego e felicidade. Pode ser?