Joguei a chave fora.

Dia 26 de outubro de 2015
|
Sobre Textos
1897949_607881402622028_2105169924_n

Eu já tomei algumas decisões erradas na vida. Não vou te falar que eu sempre soube o que estava fazendo, ou que eu tive certeza. Na verdade eu nunca sei se quero comer a batata frita ou o hambúrguer, se quero suco ou água, se quero praia ou fazenda. Você sabe, eu não sou muito boa com escolhas.

Quando a gente é mais novo e as nossas escolhas vão completando, como peças, a imagem da nossa personalidade, e as decisões se tornam mais que decisões e sim uma identidade, a gente pode ficar um pouco sobrecarregado com o peso de cada escolha, e se confunde com o que realmente quer. Por vezes eu escolhi errado, e isso me mudou bastante. Cada dia que eu passei não te tendo na minha vida me mudou muito. Mas eu acho que não são os erros que nos dizem quem somos, e sim quem nos tornamos e o que decidimos fazer depois deles.

O tempo passa e com ele vem as consequências das decisões que tomamos, e a percepção do que poderia ter sido, do que pode ser. Eu percebo que a vida uniu nossos caminhos da maneira mais inusitada possível só pra me fazer mais feliz do que eu jamais fui com ninguém.

A gente nunca pensa que vai ser uma outra pessoa a botar o maior sorrisão do mundo na nossa cara, sempre acha que vai ser outra coisa. A satisfação vem de várias formas, infinitas, e a gente não precisa se martirizar  achando que só porque a vida nos feliz de um jeito não pode fazer de outro. É uma gema de ovo escorrendo pela cara depois do resultado do vestibular, ou uma dança na chuva, ou uma ligação dizendo que tá tudo bem, ou a notificação de que alguém que te marcou numa foto só pra te dizer que você é especial, ou chegar na padaria e sentir o cheiro de pão sendo assado. E eu vivi tudo isso, e vivi o seu sorriso, e foi a melhor coisa do mundo de novo, e de novo.

É como eu disse, a satisfação vem de várias formas, e a gente não precisa se condenar porque fez algumas besteiras na vida. A gente não precisa dar uma de Elfo Doméstico e se punir porque não conseguiu, ou porque podia ter feito diferente, podia ter feito melhor. A vida segue e esses erros vão nos ensinando a como acertar, e a escolher o certo.

De tudo que eu aprendi com os meus, posso dizer que se  eu tivesse que abrir a porta do passado e fazer diferente, eu jogaria fora a chave pra manter nossas vidas do jeitinho que ela é hoje. Jogaria essa chave fora pra não pensar mais nessa porta que já fechou e olhar só pro que ainda vai vir. Jogaria fora qualquer chave, só pra te ter aqui dentro comigo.

Os erros mudam a gente,  a gente muda a nossa vida, e vai crescendo e se encontrando novamente, de maneiras diferentes, mais maduros e completos, por isso eu sei que não importa o que nos espera depois da próxima curva, do outro lado da próxima porta, a gente vai passar, e vai guardar tudo trancadinho na memória, e seguir adiante para a próxima aventura de mãos dadas.